domingo, 1 de janeiro de 2012

Namorados...


Namorados

Era uma manhã fria, daquelas que vem depois de muita chuva, os raios de sol entravam sorrateiros através das cortinas, e acordaram-na, os cílios longos e negros se abriram, revelando um pequeno globo azul cintilante, os pequenos lábios rosados, ressecados, eram umedecidos pela tímida língua, ela levantou, revelando as marcas do lençol na bochecha, calçou os chinelos e cambaleou até a cozinha, mas não sem antes dar uma olhada fugaz para o homem deitado em sua cama, que dormia tranquilamente.

Ela preparou o café da manha, ovos mexidos, bacon e café, e mingau de aveia. Ele apareceu na porta da cozinha, coçando a barriga, usava apenas cueca, ele sorria preguiçoso, e anunciou bocejante:

- Bom dia.

Ela sorriu, e acenou, ele se acomodou a mesa, ela foi ao banheiro e voltou rapidamente, era possível ver gotículas de água nas pontas de seus cílios, eles sorriam, era uma boa manhã, e então, como se os sol quisesse invadir o momento triunfantemente, o vento levantou as cortinas, iluminando por um breve momento toda a pequena cozinha, e eles se olhavam, e por uma fração de segundos ou uma eternidade tudo parou.

Ele viu que ela sorria madre perólas, e ela o viu sorrir marfim.

Ele sentiu seu perfume de flores, e ela que ele tinha cheiro macio de aveia.

Ela se fascinava com seus gestos e ele, com as cores dela.

Ele se encantava naquele instante, o azul de seus olhos, o branco de seu sorriso, o rosa de seus lábios e o castanho de seus cabelos.

Ela o olhava fascinada, o negror de seus olhos, a morenice de sua pele, a languidez de sua boca, ela o enxergava em cada poro e percebia que o amava.

Ele a admirava como um todo. Era tão bela, e tão sua, se sentia rico, sortudo e feliz.

Ela se sentia acolhida, protegida e completa...

Não possuíam os mesmos interesses, mas eram sutis em seu amor, pois combinavam em pequenas coisas, e isso fazia toda a diferença, eram dois, mas tão perfeitamente sincronizados, que causavam estranheza. Ele odiava o lilás de suas roupas, mas amava as curvas que a ela pertencia. E ela odiava o seu cinza, mas amava as cores que lhe coloriam, ele detestava sua música tecno e suas baladas. E ela seu gosto peculiar por culturas já extintas. Mas o amor de um pelo outro, era o tudo o que bastava para que se completassem.

E eram perfeitos, perfeitos namorados...